A Dor Do Calvário
Autor: Daniel Agra
2010-02-21
Estou a caminho da cruz, onde vou enfrentar a minha maior dor, nunca soube na minha existência o significado da palavra limitação, criei os céus, a terra e o mar e tudo que neles existem apenas com o poder da minha palavra, formei o homem do pó da terra e a mulher de sua costela, confundi as línguas na torre de Babel, enviei água sobre a terra destruí e eu mesmo a reconstruí, abrir o mar vermelho e fiz o meu povo passar a pés enxutos, alimentei o povo no deserto nada deixei faltar, batalhei pelo meu povo e dei vitória a eles em todas as suas dificuldades, fiz fogo descer dos céus, exaltei e abati e quando precisei jurar não encontrando ninguém maior do que eu jurei por mim mesmo, porque semelhante a mim não há outro Deus.
Na minha forma humana, transformei água em vinho, multipliquei pão e alimentei uma multidão, andei sobre as águas, curei cegos, aleijados, leprosos, dei vida aos mortos, perdoei pecados, ordenei ao mar e ele mim obedeceu, o vento cessou diante da minha voz, provei a todos que eu e o Pai somos um.
Agora caminho ao golgáta, (caveira), onde todos os sonhos terminam, onde a morte aguarda todos sem distinção de raça, cor ou condição financeira, chegou a minha vez de enfrentar a maior dor que alguém possa enfrentar a dor da limitação, quando mesmo na cruz com os pés cravados que nos impedem de caminhar, as mãos crucificadas sem poder nos agarrar a nada e voz embaçada pela dor e agonia que nos faz ficar em silêncio, a falta de ar que nos faz respirar com dificuldades, percebemos que a morte persiste em que tirar a nossa vida, os braços estão cansados e as câimbras aumentam as nossas dores, podemos apenas contemplar as pessoas que amamos ao nosso redor, sofrendo:
• Um ladrão que zomba de nós, outro que precisa de uma palavra para alcançar os céus, "em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso." (Lucas 23:43);
• Uma mãe gemendo desesperado, “mulher, eis aí teu filho.”, um discípulo amado em prantos, “eis aí tua mãe.” (João 19:26-27);
• As mulheres em agonia chorando, os mais próximos fugindo com medo de serem atingidos;
• Outro seguidor de longe observando atemorizado; almas sedentas, precisando de salvação;
• Uns zombando, outros acreditando que fomos derrotados;
• Outros enfiam a lança para ver se podem aumentar o nosso sofrimento e se podemos agüentar algo mais;
• Existem pessoas que já querem dividir o que podemos deixar, "pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34)
• É nesse momento que pedimos um pouco de água, uma palavra para aliviar a dor, e nos dão vinagre, palavras amargas para nos atormentar (salmo 22: 14) “derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim.”
O que podemos fazer a não ser dizer aba, pai, paizinho, porque nos desamparaste, não, ele não desamparou, formos abandonados pelos homens, o que se dizem seus filhos, mas precisamos continuar olhando para eles lhes ofertando o que de melhor temos nas nossas vidas, então percebemos que somos limitados, que dependemos de Deus, precisamos enfrentar nossa maior dor, tudo consumado está em tuas mãos entregamos nosso espírito.
Meu filho os sonhos não acabaram eu ressuscitei e eis que vivo estou para todo sempre, mesmo que você esteja enfrentando a sua cruz, e estou contigo para lhe fazer mais do que vencedor.
Feliz páscoa para todos Daniel Agra.
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